Tem um filme de terror em que ocorre um blecaute num cinema.
Ao retornar a luz, a maioria das pessoas da sessão haviam desaparecido.
Os sobreviventes pouco sabem, a princípio, o porquê daquilo.
Mas percebem que o fenômeno se deu no mundo todo.
Começam a entender que há uma escuridão, que cada vez avança mais e mais.
O sol, a cada dia que passa, surge mais tarde e a noite se prolonga.
Essa escuridão tem por finalidade encurralá-los e, por fim, devorá-los.
Começam a perceber também que a única coisa que os pode salvar é alguma luz que, porventura, consigam manter acesa.
Um a um são tragados pela sombra, enquanto correm desesperados atrás de lanternas e postes de luz, faróis de carros e baterias portáteis.
É assim que acontece.
Essa luz é tua humanidade.
E essa sombra é a barbárie se aproximando.
Tua vida vale menos que teus pertences e é facilmente tirada por causa de uma discussão.
Essa pequena e preciosa luz, que levamos milênios para criar desde que nos arrastamos das obscuras cavernas da nossa animalidade, está desaparecendo.
Sendo engolida pela ignorância, pela indiferença e pela esperteza daqueles que já perderam a sua chama.
E mesmo aqueles que estão no mundo apenas pela festa, quando esta acaba – se não estão bêbados o suficiente –, sentem o perigo a rondá-los, mesmo em seus carros.
Por isso entram assustados para dentro de seus condomínios.
Esperando ali estarem a salvo.
Esquecem eles que castelos já foram postos abaixo.
Enfim – somos nós correndo com uma lanterna na mão e cuja pilha está enfraquecendo.
Mas, como os personagens do filme, precisamos continuar nessa corrida mesmo que a escuridão nos engula.
Talvez encontremos mais luzes pela frente e consigamos espantar as sombras.
Você tem pilhas?
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